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quanta

  • Writer: Fernanda Stocche Barbosa
    Fernanda Stocche Barbosa
  • Oct 20
  • 2 min read

quantas mais vezes, mais de cem vezes, quanta vida, quanta mesmice, quanta quanta quanta

sente a beleza, canta canta esquece a tristeza

deus me ajude e me proteja de mim mesma

ce ta ai? ce me ouve? que houve ontem? que houve com toda aquele cuidado?

que houve?

a troco de que?

que troca foi essa?

to com tempo hoje marinando na ressaca de ter me traído deliberadamente

esses dias saí com um bom amigo, é ouvindo os outros que a gente aprende

ele tava indignado com quem se faz imune a banda preferida dele, tentando ignorar o quanto aquilo é bom

parliament? vc tá louco de nao gostar de parliament?

voce ta louco! você é louco! vc quer me fazer de louca!

mas, meu amigo, eu mesmo nessa ressaca longa e sofrida do fds nunca estive tao sobria de você.

nunca te vi como te vejo agora

nu em pelo

despido de toda a minha fantasia com que eu cuidadosamente te vesti, peça por peça, tecido bordado a mão, fio a fio, com linhas delicadas do amor mais guardado que eu tinha. roupa de festa, sabe? roupa de missa, roupa de sabado.

custou? caro?

a minha vida.

me vi entregar meu coracao de novo a voce, mas agora joguei ele ainda q nem um pedaço de bife ele numa jaula pros leoes

do lado de fora eu assisti, imovel, nem pisquei

só senti minha respiracao consistente e lenta, num subir e descer teimoso e tremulo, cuidando pra que minha carne nao soltasse dos meus ossos de repente e que eu ali em pe seguisse.

quando a chacina acabou, me olharam nos olhos, um a um e me disseram: boa noite, obrigada por ter vindo, e sorrindo me deixaram alí me ver morta no chao, mas nem corpo eu tinha

porque alem de morrer eu tinha que me arrastar por aí, nem me recolher vieram.

sai nos bares da vida com um amigo a celebrar meu funeral.

cantei, levantei meu copo, ergui meu rosto suado de lagrimas

me agradeci por ter me amado loucamente e me deixado me apaixonar pela vida, pela musica, pelo mundo, me agradeci pela minha coragem de me deixar tocar pelo sagrado do amor, e por ter sido fiel a busca dele, mesmo quando o amor nao me amou de volta.

onde cabe um abismo de dor tambem corre um rio de amor. e eu disse: vai, se feliz, se triste, mas se de mta carne, mto sal e mto sangue.




 
 
 

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